[ 16/07/10 ]
" Frias, silênciosas e intermináveis. Tornaram-se infinitas em minha vida. Meu inverno diário nos dias de verão, talvez. Só seus braços e abraços poderiam aquecê-las, pois elas são tão solitárias...
Já é tarde, e você insite em arrancar o meu sono, meu único refúgio onde, raras as vezes, consigo não pensar em ti, muito embora, contra minha vontade... Minha voz insiste em cantar o seu nome, afinal, ele soa como uma calma canção, que inspira...
No escuro, procuro seus olhos, seus olhares, seus encantos... Sinto meus lábios levemente molhados, e, em quase encanto, percebo que o sereno é quem toca minha boca... Doce ilusão!
E com olhos já exaustos, que lamentam incansavelmente por sua ausência, avisto uma luz, um brilho, tímido... E ainda com olhos em vales, me vêm um sorriso amarelo... E, com todo o meu desejo, essa luz torna-se uma bela miragem. Como sempre, se faz intocável. Uma projeção sua, certamente seria intocável... Outra desilusão!
Então, ao perceber esse brilho partir, percebo também que já não tenho mais sorriso. E me encontro num canto de um quarto escuro, tentando um abrigo...
E quando a última lágrima se faz, me entrego ao cansaço. Então, em finita morte, me desfaço, e tua projeção refaço, para aquecer minha triste madrugada com a febre do seu abraço."
[...]
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