[ 11/07/10 ]
" E, talvez ele nem saiba, mas, tenho medo de chuva. Ele nem sabe ao menos quando chove por aqui... Eu o perdi num caminho monótono, e nem sei como isso aconteceu. E... Talvez o meu anjo não saiba dos meus medos, minhas angústias, dos meus sonhos, mas... Será possível? Ele é parte disto... Por ser um anjo, talvez devesse se fazer mais presente. Mal sabe ele, que o preciso... Não me deu prévio aviso, e talvez tenha se afundado nas profundezas de sentimentos mútuos... Uma vontade gêmea, de espírito, impedindo a convivência de uma amizade apaixonada...
Anjo mal, que deixa-me inebriada com um simples toque delicado... E ele não sabe, mas sempre me fez bem, apesar de todo o mal com que me consome...
E, como única forma de não pensar em sua ausência, me enchi de descobertas solitárias, andando de chuva a chuva. Momentos introspectivos... E era o que me restava. E esse resto então, deixou de ser resto e passou a ser a minha vida.
Ora sou alguém, mas sem ele, sou ninguém. Perdi o intenso brilho dos seus olhos, mas ainda o procuro, muito em vão, na luz das estrelas. O seu sorriso, porém, já não encontro, e nem sei aonde prourar.
Faz um tempo que ele se foi...
Ele dizia que não achava certo, não admitia suas sensações e sentimentos... Talvez, um dia ele perceba que, mesmo sendo anjo, preisa de alguém... De mim, certamente. Mesmo que seja pra cuidar e me proteger...
Mas esse anjo, talvez, precise de cuidados... Prometi que cuidaria dele, mas ele não acreditou. Foi prourar colo que realmente o protegesse, que assegurasse de tudo e de todos... É, justo o meu medo!..
Talvez ele não saiba, mas, anjos são insubstituíveis. Até poderei encontrar um anjo que me desperte algo com mais ou menos intensidade, que traga-me mais certeza e segurança, a poderei até ter um certo afeto por ele, mas... Anjo nenhum vai me fazer voar, e chegar tão perto das nuvens, como fizeste, meu anjo perdido!...
[...]
